sexta-feira, 11 de abril de 2008

Sem memória!

Publication: Campinas - Agência Anhanguera de Notícias - Correio Popular Provider: RAC - Rede Anhanguera de Noticias Date: March 31, 2008
Tecnologia faz documento durar mais
Maria Fernanda Ribeiro DA AGÊNCIA ANHANGÜERA maria.ribeiro@rac.com.br

Se você pensa que ao armazenar seus documentos digitais, sejam músicas, fotos ou textos, em CD-Rom ou CD-R terá todos guardados para sempre, está muito enganado. Os documentos digitais podem ser perdidos com a mesma facilidade com que são gerados. Não, não adianta achar que cuidar direito é o suficiente para a preservação eterna, sejam seus arquivos pessoais ou os das grandes corporações. Calma, a culpa não é só sua, mas também da tecnologia, que não está preparada para guardar lembranças digitais. Mas para tudo há uma solução. Por isso, Humberto Celeste Innarelli, analista do Sistema de Arquivos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), decidiu publicar o livro Arquivística - Temas Contemporâneos, que mostra o que ele chamou de 10 Mandamentos da Preservação Digital. Lançado em dezembro do ano passado, o livro tem como objetivo mostrar para as pessoas que apesar de difícil, é possível preservar arquivos e documentos. Segundo Innarelli, um dos principais desafios da atualidade, na área, é tornar a preservação de acervos digitais acessível não só para as grandes empresas, detentoras de grandes estruturas, mas também para as pequenas empresas e os usuários comuns. Afinal, todo o patrimônio digital se encontra sob o risco de desaparecer. Se isso acontecer, nossos filhos e netos não terão acesso às nossas memórias, como fotos digitais, por exemplo.
Entre as dicas, o usuário deve migrar seus documentos de formato tecnológico periodicamente (como foi das fitas cassete e VHS para o CD e o DVD, por exemplo), além de estar atento com a criação de backups, a observação de normas de segurança e a manutenção, sempre, da autenticidade dos documentos. De acordo com Innarelli, CDs de baixa qualidade, aqueles vendidos pelos camelôs, podem até ser baratos, mas duram menos de seis meses. "Uma das características do CD é a camada metálica, que reflete o laser. E a mídia mais segura é a revestida de ouro." Mas, além desse produto ser mais caro, é mais difícil de encontrar. Ainda assim, a preservação não estaria totalmente garantida. As mídias de marcas conceituadas também duram mais que as vendidas nos camelôs, mas também têm prazo de validade. O ideal, segundo Inarelli, é fazer cópias de segurança, migrar de uma mídia para outra de tempos em tempos e não utilizar suportes excêntricos - obedecer os que estão disponíveis no mercado - porque podem se tornar obsoletos e, aí, adeus documentos digitais. Lembra do zip drive? Então, não existe mais e quem armazenou os dados nesse sistema de disco removível se arrepende amargamente até hoje. "Também precisa colocar mídias do backup em local separado, senão o backup não funciona. Se pegar fogo no computador e a cópia de segurança estiver perto não adiantou nada" , disse. As mídias digitais, de acordo com o retratado no livro, podem ser afetadas por diversas variáveis ambientais, entre elas a poluição atmosférica, o tempo de uso, a qualidade e a temperatura e umidade relativa do ar.

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